Amábyle Karoline
Irenilde Assis
Johnatas Silva
Lia Mara Veloso
Nayara Chargas
Irenilde Assis
Johnatas Silva
Lia Mara Veloso
Nayara Chargas
Raimundo Nogueira
INTRODUÇÃO
O poema Faz
Escuro Mais Eu Canto, de autoria do poeta amazonense Thiago de Mello, é um
texto de gênero lírico que expressa sentimentos e emoções, permeados pela
função poética do autor, enfatizando as dores, lutas e alegrias da sociedade em
seus versos. O poema é parte do livro que leva seu nome, publicado em 1966, durante
o período de ditadura militar, no qual Thiago de Mello esteve exilado e
escreveu esta e muitas outras obras literárias.
Amadeu Thiago de Mello
nasceu em 30 de Março de 1926, no município de Barreirinha no Estado do
Amazonas. É um dos maiores e mais influentes poetas do país, reconhecido como
ícone da literatura regional. Foi conhecido em 1975 internacionalmente, ainda
no regime militar, como um intelectual engajado na luta pelos Direitos Humanos,
com a publicação de algumas obras. A Obra Literária “Faz Escuro Mas Eu Canto”
vincula-se na terceira geração do Modernismo e é marcada pelo engajamento
político e pela preocupação social.
O país enfrentava nas
décadas de 60 à 80, sucessivos governos militares, os quais puseram em prática
vários atos constitucionais que suprimiram a liberdade de civis e que
culminaram no encarceramento, tortura de civis e exilio de vários escritores,
censurados por suas obras em todos os meios de comunicação do país.
1 OBJETIVOS
1.1 OBJETIVO GERAL
Conhecer o gênero
lírico e seus elementos a partir do poema Faz
Escuro Mas Eu Canto de Thiago de Mello.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Analisar
o poema sob a perspectiva dos elementos teóricos que caracterizam o gênero
lírico;
· Apresentar
o plano de expressão e estrutura do poema;
· Identificar
a temática abordada na obra.
2
ANÁLISE LITERÁRIA
2.1
Estrutura do poema
O texto de Thiago de Mello, um poema, pertence ao gênero lírico, que
expressa, ordinariamente, sentimentos e emoções e se utiliza da função poética
da linguagem. Quanto ao conteúdo, o poema em estudo aproxima-se de uma elegia,
pois fala de um tempo tenebroso, de ausência de claridade, mas também de obstinação,
inconformismo em face do momento vivido pelo eu lírico.
O poema possui uma única estrofe composta de quatorze versos
heterométricos. O menor verso (“Já é madrugada”) tem cinco sílabas poéticas e o
mais longo (“que é para esquecer o que eu sofria”), doze sílabas. A maioria dos
versos, contudo, possui sete sílabas, fenômeno que dá ao poema certa
regularidade rítmica.
Os versos não obedecem a um esquema de rimas, mas existem campos sonoros espalhados por todo
o corpo do poema (mudar/esperar, alegria/sofria,
coração/multidão, alegria/dia). A musicalidade é
produzida, também, por sequencias de assonâncias e aliterações (“Vem ver
comigo, companheiro” / “porque a manha vai
chegar”) (ANEXO I).
No texto, há predominância do verbo na forma nominal do infinitivo:
chegar, ver, mudar, dormir, esperar, esquecer, trabalhar. O presente ocorre com
menor frequência: canto, quero, sofre, vamos, é. O pretérito imperfeito ocorre
apenas uma vez; sofria (ANEXO I).
A forma nominal nomeia uma ação ou estado, mas que é neutra, quanto às
suas categorias gramaticais tradicionais, ou seja, tempo, modo, aspecto,
número, pessoa, como se vê, o poeta construiu seu poema evitando o uso de
modelos fixos, no que diz respeito a estrofes, rítmicos, isto é deliberadamente
evitou a fôrma.
2.2 Conteúdo do poema
O poema faz escuro mais
eu canto tem como tema a exaltação do homem e sua luta pela liberdade e
esperança, está carregado de críticas político social: o autor denuncia o caos
político, faz alusão a várias temáticas relacionadas, a questão política do
homem, também
demonstra ser uma obra marcada por questões existenciais e de extremo
engajamento social. Dando
ênfase aos oprimidos e a luta por uma sociedade solidária. Ênio Silvera
ressalta que:
A
candente autenticidade de seus versos decorre, além do mais, da firme coerência
que existe entre a obra e o modo de ser do poeta. Não se fechando em gabinetes,
ele se põe por inteiro nessa luta em busca da justiça e da dignidade, e tem
pago duro preço por isso, inclusive detenções arbitrárias e o amargor do
exílio." (ÊNIO SILVEIRA)
Como boa parte da
geração modernista de 45, a poesia de Thiago de Mello traz consigo a beleza
amarga vivida pela ditadura, demonstrando uma enorme inquietação com a condição
humana e a solidão que sofrera no exílio.
Relativo ao estilo de
época a poesia de Thiago de Mello faz parte do Modernismo contemporâneo.
Sua poesia é dedicada
ao canto de problemas sociais, humanos e especialmente contra o autoritarismo
de 1964. A poesia de combate do poeta amazonense em Faz escuro, mas eu canto
denuncia problemas vivido pelo autor.
Quanto ao plano de conteúdo é carregado de
subjetivismo e intensa densidade existencial o que expressa dor e o sofrimento
do ser humano diante de um mundo em ruinas. O poeta usa os seus versos como
arma e ao mesmo tempo como um convite ao povo para juntar-se a ele nessa luta
por liberdade (ANEXO I).
Em referência ao plano
formal a poesia de Thiago de Mello já nasceu sob o signo da liberdade – essa
liberdade contínua é exaltada. Faz uso de linguagem em construções simples. No
poema faz escuro mas eu canto, o
poeta não ostenta palavras difíceis em sua construção para que não dificultem a
compreensão do leitor.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O
presente trabalho fez uma abordagem sobre o gênero lírico que expressa
sentimentos e emoções, utilizando-se da função poética, dando ênfase ao poema
“Faz Escuro Mas Eu Canto” de Thiago de Mello, que traz no seu contexto uma
bagagem literária não só de combinações de palavras e rimas, mas também a
emoção do período da ditadura e mostra a luta pela liberdade de expressão, esse
engajamento em despertar nos leitores os sentimentos e emoções vividos na
época, expressa através do estado de alma do eu-lírico no poema.
Uma
busca nas fontes especializadas, revela que existem poucos estudos e análises teóricas
sobre autores e obras da nossa região, sendo certo que não se encontra na
literatura especializada quaisquer estudos disponíveis ou acessíveis ao leitor
comum sobre o poema “Faz escuro, mas eu canto”, de Thiago de Melo, o que
justifica o presente trabalho.
Portanto
a análise de um texto literário vai muito além de elementos constitutivos,
envolve uma série de aspectos que nos instigam numa busca incessante de
conhecimento, nos faz viajar além do tempo, provocando a reflexão não só do
texto, mas de todo processo histórico, social e cultural de determinado período
literário, nos dando além de aprendizagem, o prazer de degustar o universo
literário e seus maravilhosos eu-líricos existentes nele.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
NASCIMENTO, Dilce Pio;
SICSÚ, Delma Pacheco; LOURO, Francisca de Lourdes Souza. Teoria da Literatura II. Manaus: UEA Edições, 2016.
SAMUEL, Rogel. Novo Manual de Teoria Literária. 2ª Ed.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
http. www.jornaldapoesia.jor.br/htmn