domingo, 20 de agosto de 2017

DIÁRIO DE BORDO #LínguaPortguesa #UEA

Apresentação

Este diário foi proposto pelos professores como parte do material avaliativo desse componente curricular. Segundo as orientações, deveríamos registrar nele nosso dia a dia nas aulas. Já que foram semanas de muitas leituras e pesquisas, tudo deveria constar por escrito nesse diário, chamado propositalmente de Diário de Bordo, pois faz referência aos diários que os navegadores usavam nas grandes descobertas marítimas dos séculos passados.

Tentei da melhor maneira possível expressar aqui tudo o que aprendi e tudo que me chamou mais atenção. Cada autor estudado, obra lida, enfim, tudo que será, não só para o meu proveito, mas também para aqueles que tiverem acesso a esse material. Espero ter satisfeito às expectativas e preenchido os requisitos solicitados.

Apesar de não ser o trabalho tão longo, não foi tão fácil concluí-lo. Mas, enfim, terminei, isso é o mais importante!

Johnatas Silva

19 de junho de 2017






Diário de Bordo

16 de maio de 2017
Hoje começamos o novo componente curricular. Estudaremos temáticas dentro da literatura portuguesa. A professora Fátima iniciou a aula apresentando toda a estrutura da disciplina, explicando como irão funcionar as avaliações. Num primeiro momento foi falado sobre o que existe de herança portuguesa ao nosso redor. Nós ouvimos uma música, baseada num poema, que trata das heranças portuguesas presentes na vida do brasileiro. Depois fizemos uma dinâmica local e discutimos os traços portugueses existentes aqui em Manacapuru. O colega Raimundo Nogueira contribuiu bastante, relatando sobre a existência algumas famílias descendentes diretos de portugueses. Ele falou também sobre algumas construções portuguesas existentes na cidade.
17 de maio de 2017
Fizemos hoje uma boa reflexão sobre o Romantismo. Aprendemos que romântico é aquele que sempre anseia algo novo, que nunca está satisfeito com a realidade a sua volta, que não fica inerte no tempo. É aquele que cria, que se renova a cada dia. Dentre os autores citados na aula de hoje, gostaria de destacar um pouco da vida e da obra de Almeida Garret.
Almeida Garret (1799 – 1854) teve contato com a estética romântica em suas viagens pela Europa, com destaque para França, Alemanha e Inglaterra. Garrett foi o introdutor do Romantismo em Portugal com sua obra Camões (1825) quando aborda as aventuras e o sofrimento do grande poeta lusitano. Todavia Garrett ainda apresenta traços ligados à tradição clássica em sua linguagem culta e contenção das emoções. Sua obra está voltada para ênfase na recuperação do passado histórico de Portugal, pautada no medievalismo. Sua produção passa pela poesia, jornalismo, oratória, teatro e romance. Entre os romances que representam a prosa de ficção de Garret destacam-se: O arco de Sant’Ana, Helena, Viagens na minha terra, o mais conhecido e considerado o romance mais elaborado do autor.
19 de maio de 2017
Semelhantemente à aula de ontem, hoje continuamos nossa reflexão sobre o herói romântico. Em Portugal representado na figura dos cavaleiros medievais, como já abordei acima na obra de Almeida Garret, mas também bem presente na obra de outro grande escritor português: Alexandre Herculano. Ele é um dos grandes nomes da primeira geração romântica portuguesa. Foi poeta e romancista, dedicando-se principalmente ao romance histórico em que explorou a história medieval portuguesa. De acordo com Moisés (2005), Herculano foi, acima de tudo, um grande historiador, o que lhe rendeu considerável prestígio. Sua obra traz o tema “fuga para o passado” através do medievalismo, o qual é marcado pelas as aventuras dos cavaleiros honrados, que defendiam sua amada, ajudavam os mais pobres e injustiçados, além de serem fiéis a um ideal de vida. O principal romance de Alexandre Herculano chama-se Eurico, o presbítero (1844). Nessa obra o autor expressa o nacionalismo, o medievalismo e o espírito liberal.
No Brasil, principalmente na obra de José de Alencar, na figura do índio. Esse herói sempre movido pela bravura, heroísmo, coragem, lealdade e nacionalismo.
Ainda na primeira parte da aula, os professores apresentaram um panorama sobre a guerra entre cristãos e muçulmanos, a reconquista cristã da Península Ibérica, a qual durou cerca de sete séculos, e alguns trechos de filmes foram exibidos: Tristão e Isolda, Gladiador e Coração Valente, todos relacionados ao romantismo.
 Depois do intervalo meu grupo se dirigiu para a biblioteca, a fim de discutir sobre os assuntos tratados no artigo que ficamos responsáveis de apresentar amanhã. A discussão foi boa. Dividimos as tarefas e fizemos um roteiro do que será apresentado amanhã pela manhã.
(Indo dormir agora, 01h38 da manhã, depois de ler o artigo de novo e pesquisar mais materiais na internet sobre o nosso autor estudado: Eça de Queirós e seu conto O Tesouro).
20 de maio de 2017
Agora estamos nas apresentações dos grupos sobre seus respectivos autores estudados. O primeiro grupo (Preto) discorreu sobre o artigo Eurico, um romântico idealista de Demétrio Alves Paz. Mostraram uma breve biografia do autor do artigo – já mencionado – e do autor estudado Alexandre Herculano. Em síntese, eles falaram que a obra, por ser uma obra do romantismo, trata da mulher idealizada, perfeita, um ser angelical. Disseram também que a obra é um dos melhores exemplos da retomada dos valores medievais (já frisei isso quando falei sobre Herculano dias atrás).
Em seguida, nosso grupo (Verde) se apresentou. O artigo apresentado tem como titulo Do conto tradicional ao conto de autor: O Tesouro de Eça de Queirós: uma abordagem didática. Apresentamos uma breve biografia de Eça de Queirós, bem como suas principais obras. Mostramos o enredo do conto, pontuando seus principais aspectos: estrutura, estilo, personagens e temas abordados. Dentre as temáticas, destacamos a questão da moralidade, as características negativas suscitadas nos personagens (cobiça, ganância, avareza, desconfiança, ambição, egoísmo, inveja). O conto tem um desfecho trágico: a morte. Percebe-se que o autor tentar despertar no leitor o desejo pela perfeição, uma vez que o mal é punido severamente. O autor mostra no conto a natureza cruel e selvagem dos protagonistas (característico das obras realistas).
Em continuação, apresentou-se o grupo Vermelho. Eles trabalharam com o artigo Crônica e tempo: Lobo Antunes Revisado. Apresentaram uma breve biografia da autora do artigo, Elvira Brito Campos e também de Lobo Antunes. De acordo com o grupo, para autora do artigo, Lobo Antunes apresenta em seus textos uma narrativa poética e um questionamento filosófico sobre o tempo cronológico e o tempo psicológico.
Depois disso, o grupo Amarelo tratou também dos contos queirosianos, trabalhando com o artigo Singularidades narrativas: matrizes culturais nos contos queirosianos de Alana de Oliveira Freitas. O grupo apresentou uma mini biografia sobre a autora do artigo e sobre Eça de Queirós. Os acadêmicos disseram que ele é o maior expoente da prosa realista portuguesa. Seu estilo se caracteriza pela ironia e sua capacidade descritiva dos fatos bem peculiares da estética realista. Sobre as matrizes culturais ocidentais foi posto A Bíblia Sagrada (Adão e Eva no Paraíso), A literatura clássica (A perfeição), A literatura de tradição oral (BO tesouro).
Acerca dos aspectos temáticos na produção do contista eciana, foram pontuados os recursos intertextuais e a criação de narrativas singulares. Dessa forma, as apresentações se fecham com a leitura de vários contos, um romance e uma crônica.
21 de maio de 2017
Professora solicitou que entregássemos amanhã (segunda-feira) o exercício da página 101 do livro-texto. Como os enunciados são um pouco extensos, vou registrar aqui no diário somente as respostas.
Exercícios de aplicação (respostas):
Exercício 1.
Certamente “o mundo contemporâneo é feito de permanente instabilidade”. Isso porque o homem pós-moderno, principalmente no ocidente, é inseguro e inconstante, com agudas crises de identidade. Isabel Pires de Lima, no fragmento lido, expõe o comportamento desse homem, frente a esse novo tempo estabelecido.
A relação entre os autores apresentado no tópico A formação da nação face aos percursos do passado e o texto de Lima é clara. Por exemplo, para o filósofo e ensaísta José Gil – considerado um dos maiores pensadores contemporâneos – mudanças ocorreram na sociedade portuguesa, mas nunca mudanças profundas. Segundo ele, o medo causado pela ditadura salazariana, interiorizou-se no homem português, de modo que sua mentalidade continuou fechada e presa à inércia.
Outro nome de destaque é o de Raul Brandão.  Ele deixa bastante explicito em suas obras a dor que sente na consciência ao ver a humanidade sendo explorada. Exploração que é revelada e denunciada em seus escritos. Outra temática que ganha lugar de destaque nas obras de Raul Brandão são as contradições humanas, uma vez que ele consegue captar a vida cotidiana, o sofrimento, a humilhação e o remorso.
Penso que não só na sociedade portuguesa atual (analisada aqui), mas também em outras nações, como no Brasil, por exemplo, essa inconstância é aparente. Não sei se pelo excesso que informações que são absorvidas ou por alguns outros possíveis motivos, o indivíduo contemporâneo está cada dia mais confuso, mais inseguro, sem direção, e, pior, sem representatividade, em todos os aspectos.
Exercício 2.
A diáspora é, em uma definição bem objetiva, a dispersão de um povo em consequência de um preconceito ou perseguição política, religiosa ou étnica. Tanto na obra Ferreira de Castro como na de Maria Gabriela Llansol, a diáspora é vivenciada, pois ambos viveram longe de sua pátria mãe por algum tempo. Llansol viveu exilada na Bélgica entre 1965-1984 e Ferreira de Castro deixou Portugal por questões financeiras – Alberto, personagem do livro A Selva¸ deixa as terras portuguesas por questões políticas. Certamente Ferreira de Castro tinha saudades de Portugal, sua pátria. Esse sentimento é comum em praticamente todos aqueles que, por algum motivo, saem do seu país de origem.
Exercício 3.
Depois de ler o tópico Portugal e (re) encontro com a Europa, a ideia que me vem à mente é exatamente a de um país que não mais deixa (ou expulsa) seus filhos irem embora, mas que agora os recebe de volta e os acolhe, e não só a eles como também os filhos de outras nações. Constitui-se numa época de forte imigração. Percebo também uma identidade sendo, de alguma forma, resgata e reconstruída, resultado desse encontro com novas culturas.
Exercício 4.
João Tordo. Na obra “As Três Vidas”, o narrador e personagem principal, vai trabalhar num negócio onde um importante espião e contraespião, Milhouse Pascal, dá consultas. Apaixonando-se pela sua neta, Camila, entra em desespero quando esta desaparece após uma viagem a Nova Iorque. Numa investigação em companhia do avô da moça, os mistérios que envolvem aquela família, vão se revelando. Entre vários episódios, que evidenciam o ideal de Camila contra tudo e contra todos, o desastre das torres gémeas em 2001 é um dos pontos-chaves do romance e que vai permitir que todo o novelo se desenrole, fazendo o narrador voltar a uma vida normal e monótona, contraponto de uma ilusão que alimentou e que quase concretizou. As suas três vidas (a de ilusão, a de penitência e a de volta à realidade), são metáforas da realidade portuguesa e da subjetividade dos indivíduos dessa nacionalidade, tudo em profunda e frenética busca de uma refundação da identidade pessoal e nacional, perdida com a perda de importância de Portugal no contexto das nações europeias. Nessa dolorosa busca, a realidade lusitana decadente, para mostrar-se palatável, precisa ser percebida e analisada não segundo a perspectiva das ciências sociais, mas, sobretudo, da imaginação, que não significa mero devaneio, senão o exercício da criatividade, da invenção do novo, da descoberta do inusitado e da construção do improvável. Na dicção da professora Isabel Lima, essa imaginação “emerge como potenciadora de alterações profundas, perturbadoras e enriquecedoras quer nas relações humanas (...), quer na autopercepção e autocompreensão do próprio país enquanto coletividade em processo de refundação identitária”. Como exercício de elucubração, pode-se relacionar essa literatura portuguesa contemporânea com aquela produzida no Brasil, a partir da Semana Moderna de 1922, quando os autores, como Mário de Andrade e Oswald de Andrade, seguidos pela geração de 1930, voltam-se para os temas nacionais e produzem uma literatura genuinamente brasileira, que discute as grandes questões do país e de seu sofrido povo, agora com uma identidade própria da qual não se envergonham mais.
Questão para reflexão.
No livro A Nau de Ícaro, o ensaísta e crítico literário Eduardo Lourenço discute aspectos da cultura portuguesa num período de refluxo colonial. Nele, Lourenço reflete sobre as aventuras do pequeno país Portugal, que navegou no sonho dos “descobrimentos”, mas que agora retorna ao seu porto como nação saudosa e solitária.
A cais de saída se refere à coragem dos portugueses em descobrir terras além daquele grande oceano, às grandes caravelas que os espalharam pela América e África nos séculos das grandes navegações. Em contraste a essa gloriosa fase da história de Portugal, há o cais de chegada, entendido pelo fragmento lido da obra de Eduardo Lourenço como o retorno de milhares de portugueses a Portugal e a países centrais da Europa, trazendo em si um sentimento de saudade, nostalgia, que, para o autor, “obscurece a nossa atualidade [falando de Portugal] de povo do século 20”.
22 de maio de 2017
Hoje começamos a estudar a estética realista. Basicamente, pelo que está sendo ministrado, o Realismo se fundamenta na racionalidade, objetividade lógica e a experimentação. Foi um movimento guiado pelas lentes da ciência.  Eu sinceramente acho interessante esse período, porque apesar de seus equívocos, o que é natural, é uma estética que mostra, de forma nua e crua, a natureza humana.
23 de maio de 2017
Hoje estamos ainda no Realismo. Estamos lendo alguns trecos do livro O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós. A análise está bastante interessante. O autor expõe uma natureza humana cheia de desvios morais e malícia. A personagem principal da obra revela-se contraditório e um tanto hipócrita também, pelo menos é o que penso. Também começamos a rever o Naturalismo como extensão do Realismo. No Naturalismo, aspectos animalescos do ser humano são bem expostos.
Como dinâmica local no primeiro momento da aula, nos foi dada uma questão para discutirmos em sala a respeito dos temas do Realismo: crítica social, o uso da ironia, a análise de caráter, a profunda natureza vil e corpórea, dentre outros.
Impossível não comentar sobre Eça de Queirós e sua obra numa dinâmica dessas. Ele, como já registrei aqui, é considerado o maior expoente da prosa realista portuguesa. Em sua obra se destaca a ironia como aborda os assuntos trados por ele e a descrição detalhada dos fatos. Nela há uma forte crítica social, cheia de ironia e sátira, que tinham por objetivo contrariar alguns valores tradicionais. Ele fazia uma espécie de raio-X da sociedade, mostrando tal como ela é. Dentre suas obras, destaco O crime do padre Amaro, O primo Basílio, Os mais, O mandarim e A Relíquia. Por essas características, pude entender a importância desse autor para a literatura portuguesa.
26 de maio de 2017
A aula iniciou com a exibição do filme A Selva, baseado no livro A Selva, de Ferreira de Castro. Ao assistir ao filme, fiz uma breve conexão com o livro Inferno Verde de Alberto Rangel – estudado numa matéria anterior. A Selva mostra o desenrolar de uma estória vivida na Amazônia no período da borracha. Numa breve pesquisa na internet, encontrei uma sinopse bastante objetiva sobre o longa metragem:
No início do século 19, o jovem português Alberto vive exilado na capital do Pará. Naquelas terras distantes e praticamente inabitadas, ele encontra emprego no seringal Paraíso, localizado no coração da Amazônia. Depois de dias de viagem pela região, o rapaz chega ao local de trabalho e tem como mestre Firmino (Chico Diaz), um cearense que ensina a ele tudo sobre o ofício de extrair borracha. Após um longo período de adaptação e árduo trabalho, passa a cuidar do armazém do seringal, que é de propriedade de Juca Tristão (Cláudio Marzo).  No exercício da nova atividade, ele passa a ter contato direto com o patrão Juca Tristão, seus funcionários e com sua bela mulher do senhor Guerreiro. Dona Yayá (Maitê Proença) cada vez mais desperta interesse em Alberto. Logo, os dois se veem inesperadamente apaixonados e envolvidos, numa relação que pode ser muito perigosa, dado o contexto em que vivem. 
Adaptado da obra de Ferreira Castro lançada em 1930, A Selva ainda traz no elenco Gracindo Júnior. A direção é do português Leonel Vieira, que atualmente trabalha na produção de seu novo longa, Naturezas Mortas. (Disponível em: https://www.guiadasemana.com.br/cinema/sinopse/a-selva)
Após o filme, assistimos um mini documentário chamado Heranças de Portugal Parte I. O mesmo mostrou uma visita feita ao museu do seringal em Manaus. O museu existe desde a gravação do filme.
Já que nessa aula tivemos contato com a obra de Ferreira de Castro, vou aproveitar e inserir, hoje dia 17 de junho, o meu comentário sobre cenas do filme, relacionando-as com o texto escrito pelo referido autor:
As cenas que mais me chamaram atenção no filme foram as que mostram a situação de moradia dos seringueiros no meio da floresta. Totalmente desprovidos de recursos, quase sem mantimentos, entregues a sorte e explorados pelo trabalho árduo na extração do látex da seringueira. No filme, as cenas mostram essa realidade, como também no romance de Ferreira de Castro. Tudo isso motivado pela ganância dos donos dos seringais, fruto de um capitalismo selvagem e desenfreado. Cenas do filme e fragmentos do conto mostram a morte, muitas delas de forma brutal pelos índios, de seringueiros e a indiferença de seus patrões em relação à vida deles.
27 de maio de 2017
Hoje pela manhã nos reunimos na casa do colega Raimundo Nogueira para definirmos o roteiro do nosso vídeo que será produzido para apresentação no próximo sábado como parte da avaliação parcial 2 (AP2) e que será usado posteriormente na I Mostra da Cultura Portuguesa. O assunto que ficou sobre nossa responsabilidade foi a herança deixada pelos portugueses no município de Manacapuru através da arquitetura. Como aqui na nossa cidade não temos muitos prédios com essas características, nos focaremos somente em três, já que estes são edificações erguidas por portugueses aqui em Manacapuru. São eles: Igreja Matriz, Casa da Família Reis e a Restauração – hoje também conhecido como SESC Restauração.
Nossa reunião não foi longa, porém muito proveitosa. Decidimos por explanar nosso assunto gravando um vídeo com características de um programa de Talkshow. A colega Lauanda será a entrevistadora, o colega Raimundo Nogueira será o entrevistado, e Lia, Gilmar e eu seremos os repórteres que farão uma participação “ao vivo” no programa com um link direto das fachadas dos prédios já mencionados. Como não temos recursos suficientes para a produção de um vídeo de alta qualidade, faremos o melhor que podermos com um smartphone mesmo. Uma das nossas fontes de pesquisa e base teórica para este trabalho foi o livro Entendendo Manacapuru Através de Suas Fachadas, de Adalberto Carim Antônio e Raimundo Augusto M. Nogueira. O livro traz fotos de diversas edificações antigas da nossa cidade, bem como a história que acompanha cada uma delas.
30 de maio de 2017
A produção do vídeo para o nosso trabalho sobre a herança portuguesa aqui em Manacapuru tem sido uma tarefa e tanto. Primeiro porque não temos experiência nesse tipo de coisa (produzir um vídeo com fins acadêmicos) e segundo porque nosso tempo e recursos são escassos. Mas de qualquer forma tem sido bastante proveitoso. Eu particularmente já aprendi muita coisa sobre arquitetura antiga de Manacapuru nesses poucos dias. E é notória a contribuição do povo português em nossa cidade, não só na arquitetura.
01 de junho de 2017
Hoje concluímos as filmagens. Não foi tarefa fácil, pois muitos foram os desafios, como já mencionei anteriormente. Mas, enfim, terminamos. Agora é só apresentar e esperar que obtenhamos o resultado desejado. Sinceramente, estou muito contente com esse trabalho, não só pelo desafio de fazer algo inédito, mas principalmente pelo conhecimento que adquiri nesses dias. Agora sei um pouco mais sobre minha cidade, conheço mais de sua história, e tudo isso graças às pesquisas que tiveram que ser feitas para o conteúdo do nosso trabalho.
02 de junho de 2017
Hoje a aula girou em torno da literatura na contemporaneidade. Foi falado sobre como se identificar nesse novo cenário, e o que é de fato ser contemporâneo. Dentre tantos bons autores que temos hoje, foi destaque na aula o português, nascido na África, Valter Hugo Mãe e o português João Tordo. Vimos uma breve biografia dos dois e foram-nos apresentadas suas principais obras, juntamente com comentários e fragmentos de cada uma delas.
Valter Hugo Mãe é um escritor bastante premiado, de acordo com o que está sendo ministrado na aula. Ganhou o Prêmio José Saramago em 2007, arrancando elogios do grande escritor português. Dentre seu leque de obras encontram-se romances, contos, poesia etc. De acordo com o portal online Wikipédia: “Os quatro primeiros romances de Valter Hugo Mãe são conhecidos como a tetralogia das minúsculas. Escritos integralmente sem letras capitais, incluindo o nome do autor, pretendiam chamar a atenção para a natureza oral dos textos e recondução da literatura à liberdade primeira do pensamento. As minúsculas aludem também a uma utopia de igualdade. Uma certa democracia que equiparava as palavras na sua grafia para deixar ao leitor definir o que devia ou não ser acentuado”. Mãe está listado como um dos mais conceituados escritores portugueses da atualidade. Algumas de suas obras: O Remorso de Baltazar Serapião, O Apocalipse dos Trabalhadores, A Máquina de Fazer Espanhóis, O Filho de Mil Homens e a mais recente Homens Imprudentemente Poéticos.
João Tordo também é vencedor do Prêmio José Saramago, ganhou em 2009. Nasceu em Lisboa em 28 de agosto de 1975. Suas obras, em especial os romances, trazem certa dose de mistério e suspense. É um autor em plena aitividade nos dias de hoje, além ser múscio e dar aulas, em forma de oficinas, de escrita, sobretudo de romnace. Dentres suas obras estão: As Três Vidas, que lhe rendeu o Prêmio José Saramago, O Livro dos Homens Sem Luz, O Bom Inverno,O Ano Sabático etc.
03 de junho de 2017
Bem, trabalhos prontos (ou pelo menos quase), hoje foram as apresentações. Cada grupo com sua peculiaridade, maneira de trabalhar, forma de transmitir conhecimento, apresentou em forma de vídeo o que há de herança portuguesa na cidade de Manacapuru. Notei que cada colega se esforçou e fez, dentro de suas possibilidades, uma boa apresentação. Mais uma vez foi enriquecedor. Aprendi mais ainda sobre meu município e como ainda há muito da herança dos portugueses na nossa cidade. Coisas que eu nem imaginava que eram heranças portuguesas, como a ciranda, por exemplo. Sou conhecedor dessa expressão cultural, mas nunca passou pela minha cabeça que tinha essa origem. Depois de todos os grupos apresentarem seus respectivos trabalhos, nossa professora, Dra. Auricléa Oliveira das Neves fez suas considerações, nos parabenizando pelo empenho e, claro, criticando, construtivamente, cada trabalho, trazendo sugestões para possíveis mudanças e algumas adaptações, já que esses trabalhos serão parte da programação da I Mostra da Cultura Portuguesa que acontecerá no dia 13 (terça-feira). Em resumo, tudo ocorreu dentro do esperado.
 05 de junho de 2017
Ainda sobre autores contemporâneos, nossa aula continua com a premiada autora portuguesa Lídia Jorge. Pelo que já foi exposto, pude aprender que ela fala em suas obras sobre a identidade portuguesa, dizendo que essa identidade é constituída por símbolos (bandeira portuguesa, por exemplo), maneira de falar etc. Lídia Jorge é ensaísta, romancista, e, como foi enfatizado, uma crítica de si mesma. Algumas de suas obras: O Cais das Merendas, Notícia da Cidade Silvestre, A Costa dos Murmúrios (romances), A Instrumentalina, O Conto do Nadador e O Belo Adormecido (contos).
Nesse momento estamos na hora do conto, ouvindo a leitura da obra A Instrumentalina, de Lídia Jorge para logo mais, na dinâmica local, discutirmos sobre as representações apresentadas no conto.
06 de junho de 2017
Hoje a aula está voltada para a revisão de tudo o que vimos nessas semanas que se passaram. Começando pelo Romantismo, estética baseada na idealização do amor, da mulher, da felicidade plena etc. Alguns autores trazem a ideia de liberalismo, como Julio Diniz. Seria, então, a exaltação da liberdade. O professor Franklin frisou várias vezes que essa ideia diz respeito ao fato de que cada um de nós é responsável pelo seu sucesso ou fracasso. A ideia liberal, de acordo com o que está sendo falado, é uma ideia que isenta tudo o que está ao nosso redor, que poderia ser os motivos de possíveis fracassos na vida.
Diferente do Romantismo, o Realismo observa, analisa e faz crítica social, mostrando a sociedade tal como ela é, cheia de contradições e hipocrisias. As obras desse período mostram os vícios, as mazelas, a maldade que nos cerca e que faz parte de nós. Mostra a sociedade nua e crua. Os autores dessa estética mostram essas questões sem problema nenhum.
09 de junho de 2017
Hoje é o encerramento desse componente curricular. Depois de algumas semanas de muito aprendizado e experiências novas, agora é hora de se despedir (por enquanto) dessa viagem que fizemos pelos Estudos Temáticos de Literatura Portuguesa II. A aula hoje continuará abordando a literatura de língua portuguesa na atualidade, com ênfase na literatura africana.
Está sendo exibido agora um mini documentário sobre a história da literatura africana. Quem está narrando os acontecimentos o comentando sobre o assunto é a professora e pesquisadora Renata Rolon. De acordo com o vídeo, algumas literaturas há cerca de vinte anos não eram conhecidas no Brasil, por isso pesquisas nessa área têm um campo de estudos bem amplo.
Depois de um passado oprimido, os africanos de língua portuguesa buscam o reencontro com sua cultura, pois durante muito tempo o que foi produzido nas ex-colônias de Portugal era uma espécie de cópia da cultura europeia. Só a partir dos movimentos de independência é que os textos africanos recebem o status de Literatura Africana.
A literatura africana é muito rica e há nela uma gama de autores extraordinários (foi mostrado nas cartelas alguns deles), porém recebem destaque na aula de hoje dois moçambicanos: Paulina Chiziane e o conhecidíssimo Mia Couto.
Antes de contextualizar um pouco sobre e a vida e a obra de Paulina Chiziane, vou deixar aqui registrado uma frase dela que me cativou:
"O lugar onde o negro está é sempre subalterno. Com a literatura começo a denunciar minha identidade como negra e mulher. Escrever é uma espécie de confissão. A literatura que me escolheu e pude encontrar um espaço para tentar transformar sentimentos, opiniões e mudar o mundo. Minha arma é minha caneta”.
Pois bem, a autora nasceu em Manjacaze (Moçambique) em 1955. Foi a primeira moçambicana a escrever um romance com o livro Balada de Amor ao Vento – isso foi bastante comentado pela professora Fátima. Foi na infância militante de um partido político pró-independência de Moçambique, mas após a conquista, deixou a política de lado, por conta de algumas decepções que teve com as os rumos adotados pelo partido e resolveu se dedicar à escrita, integralmente. Certamente o tema de justiça e igualdade ganha destaque na obra da autora, e por conta disso é considerada uma pacifista. Algumas de suas obras: Balada de Amor ao Vento, O Sétimo Juramento, As Andorinhas, Na Mão de Deus, entre outros.
Mia Couto. Eu li parte do seu romance Terra Sonâmbula, e até redigir um diário sobre essa leitura. Foi no componente curricular Teoria e Prática da Leitura. Foi muito proveitoso. Mia Couto, como já mencionei, é moçambicano. Nasceu no dia 5 de julho de 1955. É um autor contemporâneo muito lido e admirado, não só no seu país de origem, mas também em Portugal, no Brasil e no resto do mundo onde sua obra já chegou. Ela é bem extensa e diversificada, contendo romances, crônicas, poesias e contos. Seus livros já foram traduzidos para diversos idiomas e são publicados em mais de vinte e dois países. Eu pretendo continuar a leitura de Terra Sonâmbula em breve e quero ler outros livros do autor. Ele fla muito sobre guerras, as relações humanas, crenças e uma séria de outras temáticas.
Estamos assistindo agora A Hora do Conto. E claro, a obra lida é de Mia Couto, O Embondeiro que Sonhava Pássaros.
13 de junho de 2017
São 23h05, e agora vou para a última parte desse diário. Vou registar, de forma resumida, o que aconteceu na I Mostra da Cultura Portuguesa, que foi realizada por nós, acadêmicos do curso de Letras Mediado, na escola estadual André Vidal de Araújo. A programação foi muito boa, eu particularmente gostei muito do roteiro que foi seguido. Cada poema lido, música tocada, vídeo apresentado, foi tudo bastante satisfatório. Algumas coisas deixaram a desejar, mas isso é normal, acredito que fim tudo correu bem e atendeu as expectativas.
Nossa professora Dra. Auricléa Oliveira das Neves fez uma belíssima palestra sobre o grande José Saramago e vou aproveitar esse espaço para comentar um pouco sobre ele, já que não fiz isso ainda. Não posso encerrar esse diário, que trata da literatura portuguesa, sem mencionar um dos maiores escritores de nossa língua.
O autor dispensa apresentações, mas por motivos formais é bom contextualizar um pouco. Nasceu em 16 de novembro de 1922. Até hoje único escritor de língua portuguesa a ganhar o Nobel da Paz conquistado em 1998. Com uma vasta obra, desde a poesia à prosa, José Saramago deixa um legado inquestionável. Sempre deixou de forma bem explícita suas opiniões pessoais, o que lhe rendeu muitas polêmicas, principalmente no diz respeito à religiosidade. Uma de suas obras memoráveis é Ensaio Sobre a Cegueira (1995).  Esse romance foi adaptado para o cinema e foi lançado em 2008, dirigido por Fernando Meirelles.
Sobre o texto escrito o filme Ensaio Sobre a Cegueira, Registro aqui um comentário sobre eles:
Do filme “Ensaio sobre a cegueira”, destaco a cena na qual uma mulher, a única pessoa que continua enxergando em meio a uma epidemia de cegueira, conduz um grupo em fuga de um manicômio onde se encontravam confinados, pois as autoridades acreditavam que o problema atingiria apenas uma minoria. A cegueira, no filme como no livro, é a metáfora da insensibilidade e da indiferença em relação aos problemas dos outros, capaz, ainda, de reduzir o homem ao próprio universo de interesses egocêntricos e degradá-lo a ponto de descer ao porão selvageria, igualando-o ao nível dos chamados animais irracionais. Em contraponto, a lucidez da mulher metaforiza a solidariedade, o compromisso com o outro, os valores humanos que mantem a vida social e impedem o caos generalizado. A lucidez jamais poderia ser uma vantagem sobre o outro, um diferencial que permite a opressão e exploração do semelhante, mas, necessariamente, a possibilidade da partilha e da comunhão, sem o que a vida deixa de ser significativa e se constitui em absurdo.








PREGAR OU NÃO PREGAR? EIS A QUESTÃO

Não é de hoje que há por parte de muitos um desejo ferrenho de se obter o “silêncio” da Igreja de Cristo. Muito já se fez (e se faz) para...