Por Thiago Oliveira
Nos dias 10, 11 e 12 próximos
passados, no Núcleo de Ensino Superior da Universidade do Estado do Amazonas,
em Manacapuru, os acadêmicos do curso de Licenciatura em Letras, mediado por
tecnologia, realizaram a última atividade do curso. Em clima de ansiedade e nervosismo, os
acadêmicos defenderam seus trabalhos de conclusão de curso perante banca
examinadora. Entre os artigos
apresentados, no total de 31, quatro versaram sobre obras literárias de autores manacapuruenses:
“Marcas da oralidade no conto Olhos de
pedra de amolar, da obra ‘Engenhos de Darléia’, de Rosely Barros”,
defendido por Rosinete Souza; “Crítica social na poética de Elival Morais”,
defendido por Raimundo Nogueira; “Literatura e memória: uma análise da
narrativa memorialista na obra ‘O menino que laçava avião’, de Fausto Ventura, defendido
por Nayla Araújo; e “Crítica ao presente com um olhar no passado: análise da
obra ‘Os olhos de Manacapuru’, de
vários autores, organizado por Cybelle Taveira Bentes e Janaína Maria Gonçalves, defendido por Johnatas Silva da Silva. A seguir, um súmula dos artigos referidos nesta matéria, orientados pela professora MSc. Raquel Salgado Marques.
AS MARCAS DA ORALIDADE NO CONTO
“OLHOS DE PEDRA DE AMOLAR”, DA OBRA ENGENHOS DE DARLÉIA, DE ROSELY BARROS
(resumo)
O presente artigo tem como
objetivo analisar as marcas da oralidade no texto escrito, especificamente em
uma narrativa literária, a qual permite aproximar o leitor desse universo
maravilhoso que é o da leitura. Apesar de inserido no campo da
Sociolinguística, elegeu-se uma narrativa literária (conto) como corpus da
pesquisa para análise e coleta de dados. A pesquisa teve cunho bibliográfico de
autores que tratam dessa temática, dentre eles se destacam: Fischer (2009);
Higounet (2003); Bakhtin (2011); Marcuschi (2008); Botelho (2012); Bagno
(2007), entre outros. Os resultados mostraram que há transposição da linguagem
oral para a escrita na narrativa analisada e que, de maneira nenhuma, esse
evento tornou o texto empobrecido, mas por se tratar de uma escrita literária,
tornou-se rica em linguagem regional, coloquial e simples, causando assim a
quebra de paradigmas da escrita gramaticalizada, tida em outros tempos como
padrão de escritos literários.
CRÍTICA SOCIAL NA POÉTICA DE
ELIVAL MORAIS (resumo)
Este
trabalho se propôs a investigar a existência de crítica social na poética de
Elival Morais. Inserida no campo dos estudos literários, a pesquisa,
qualitativa em razão da natureza do corpus
inquirido, adotou a abordagem dialético-reflexiva e, como procedimento, a
investigação bibliográfica de autores como Bosi (2017), Candido (2000),
D’Onofrio (1968), Moisés (2002), Perez (2009), que serviram de referencial
teórico. Assim, após breve incursão na história da arte como crítica social -
inclusa a literatura e notadamente a poesia -, procurou-se apresentar o eu
biográfico e o eu lírico, além de um panorama de Marginália, única obra publicada de Elival Morais. No estudo da
poética com crítica social, evidenciou-se uma riqueza discursiva extraída de
temas e motivos diversos, cujo acervo vai do pessoal ao social, do simples ao
complexo, do cotidiano ao histórico, do local ao universal. Embora o autor
tenha se utilizados de vários recursos linguísticos como expediente de crítica,
priorizou-se a identificação e evidenciação das figuras de linguagem, como a
ironia, o neologismo, o paradoxo e a metáfora. Este trabalho, portanto,
representa um texto fundador de futuros estudos da obra poética do autor
manacapuruense e um estímulo ao público em geral no sentido de valorização da
literatura local.
LITERATURA E
MEMÓRIA: UMA ANALISE DA NARRATIVA MEMORIALISTA DA OBRA “O MENINO QUE LAÇAVA
AVIÃO”, DE FAUSTO SEFFAIR VENTURA. (Resumo)
Este artigo,
de cunho bibliográfico, propôs a análise da obra “O menino que laçava avião”,
do autor Fausto Seffair Ventura, com a finalidade de demonstrar, por meio de
uma abordagem qualitativa, os aspectos da narrativa memorialista presente na
referente obra. Para se alcançar todos objetivos propostos, o referencial
teórico foi elaborado a partir de artigos e teses já publicadas, que também
abordam a literatura memorialista, preservando-se sempre a relação com a
temática apresentada. Ressalta-se também a utilização de teóricos renomados em
teoria literária, a citar: Antoine Compagnon, Jonathan Culler, Terry Eagleton,
Antônio Cândido, dentre outros, que também participaram das discursões
dialógicas estabelecidas nesse processo, que se deu por concluído a partir das
respostas obtidas e dos resultados agora apresentados.
CRÍTICAS AO PRESENTE COM UM OLHAR
PARA O PASSADO: ANÁLISE DA OBRA OS OLHOS DE MANACAPURU (resumo)
O presente artigo tem como
objetivo analisar a(as) memória(as) e a denúncia social existentes na obra Os
Olhos de Manacapuru, de Cybelle Taveira Bentes e Janaína Maria Gonçalves
(Orgs.), caracterizando, para tanto, o gênero crônica e os recursos
linguísticos utilizados na obra, mostrando como o olhar para o passado
(memórias) respalda a crítica ao presente, e evidenciando as denúncias sociais
reveladas no decorrer das narrativas. Fundamentando-se nos pressupostos
teóricos de Filho (2007), Coutinho (1955), Candau (2006) e Maquêa (2010), a
análise se desenvolveu por meio do diálogo entre esses autores e o conteúdo
encontrado na obra. Assim, foi possível perceber que os escritores da obra em apreço
construíram uma literatura capaz de satisfazer uma de suas atribuições
fundamentais: ser uma ferramenta de denúncia e crítica social.