RESUMO DO LIVRO ROMANTISMO DE ADILSON CITELLI
Johnatas Silva*
O livro Romantismo, do professor Adilson Citelli, tem por objetivo analisar minuciosamente as mais variadas facetas da estética romântica, examinando as ações e movimentos a ela relacionados, bem como suas conexões histórico-culturais. O foco do autor recai sobre os autores e obras que melhor exemplificam o movimento. Adilson Citelli é graduado em Letras pela USP, onde na mesma instituição formou-se mestre e doutor em Literatura Brasileira. Possui o título de livre docente e desde 1986 integra o Departamento de Comunicações e Educação da ECA-USP.
Nos primeiros três capítulos do livro, o autor destaca como a palavra romantismo ganhou um lugar de destaque nos mais variados tipos de discursos, tanto no passado quanto no presente; situa a estética romântica entre o final do século XVIII e meados do século XIX; explica a tensão romântica à luz de certos fatores históricos que balançaram povos e nações; mostra as formas com as quais o Romantismo foi vivenciado na Inglaterra, Alemanha e França, diferenciando-o no contexto histórico-social de cada país; pontua a importância da música, da pintura e do teatro no período histórico do Romantismo; e faz relação entre o espírito criativo (genialidade) e a natureza.
A partir do capítulo quatro, o autor começa a abordagem sobre Romantismo no Brasil, já logo de início pontuando que a preocupação maior da primeira geração romântica brasileira era consolidar a identidade nacional. Faz menção das obras indianistas do poeta Gonçalves Dias, que concentra as ideias de nacionalidade na figura do índio. Logo em seguida cita José de Alencar – também indianista que deu elevada exaltação à natureza – e enumera suas obras mais conhecidas, destacando a imprescindível importância do autor na literatura brasileira.
Em continuação, depois de discorrer sobre a primeira geração romântica e analisar alguns de seus autores e suas respectivas obras, o professor Adilson fala da segunda, pontuando suas características e enumerando os autores de maior destaque nesse período: Casimiro de Abreu, Junqueira Freire, Fagundes Varela e Álvares de Azevedo, sendo este último o ponto mais alto da segunda geração do Romantismo no Brasil. Na terceira geração romântica, o maior destaque vai para Castro Alves, o qual se dedicou a abordar a escravatura no Brasil, evidenciando em suas obras a indignação que sentia pela exploração do trabalho escravo. Para Castro Alves, o fim da escravidão resultaria em colocar o Brasil nos trilhos da História novamente.
Até o capítulo quatro, o objetivo foi, segundo o próprio autor, o de situar algumas variáveis chamadas de “expressões românticas”. Agora, já no último capítulo do livro, o intuito é o de retomar determinadas características românticas como o individualismo, o “eu” criador absoluto, a extrema valorização das emoções, a imaginação como sinônimo de fuga da realidade, à volta ao passado, a valorização da morte, a valorização da natureza, o amor idealizado e a idealização da mulher (figura angelical e pura), facilitando, assim, uma apreensão mais sistemática do movimento.
Nas últimas páginas do livro, o professor Citelli pontua que o publico médio do Romantismo eram os jovens e recém-alfabetizados burgueses, e encerra o livro com um índice dos autores românticos citados na obra, um vocabulário crítico e uma biografia comentada.
Minhas impressões sobre o livro são as melhores possíveis. Não há duvidas de que a obra é fruto de um trabalho árduo e de anos de pesquisa sobre a escola literária Romantismo. De fato a obra faz uma abordagem não só panorâmica, mas principalmente descritiva, detalhista e analítica de todos os fatores que permeavam e integravam o movimento romântico. O que me chamou bastante atenção foi a forma como o professor Adilson pontuou e esclareceu questões relacionadas ao contexto histórico da época, me fazendo lembrar de uma frase que sempre ouço nas aulas de literatura: “a obra de um autor é produto de seu tempo”. Agora compreendo com mais clareza porque José de Alencar exaltou tanto a natureza brasileira, porque Álvares de Azevedo focou-se no tema da morte, porque Castro Alves escreveu sobre escravidão e tantos outros exemplos que eu poderia aqui mencionar.
Para mim, o Romantismo é uma leitura indispensável para todos aqueles que desejam ter uma visão mais ampla e mais profunda sobre o movimento literário denominado Romantismo.
*Aluno do 5º perído do curso de Letras (Mediado) Língua Portuguesa da UEA - Universidade do Estado do Amozonas.
*Aluno do 5º perído do curso de Letras (Mediado) Língua Portuguesa da UEA - Universidade do Estado do Amozonas.

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