quinta-feira, 13 de junho de 2019

CONCLUDENTES DO CURSO DE LETRAS FAZEM DEFESA DE TCC NO NESMPU/UEA

Por Thiago Oliveira

Nos dias 10, 11 e 12 próximos passados, no Núcleo de Ensino Superior da Universidade do Estado do Amazonas, em Manacapuru, os acadêmicos do curso de Licenciatura em Letras, mediado por tecnologia, realizaram a última atividade do curso.  Em clima de ansiedade e nervosismo, os acadêmicos defenderam seus trabalhos de conclusão de curso perante banca examinadora.  Entre os artigos apresentados, no total de 31, quatro versaram sobre obras literárias de autores manacapuruenses: “Marcas da oralidade no conto Olhos de pedra de amolar, da obra ‘Engenhos de Darléia’, de Rosely Barros”, defendido por Rosinete Souza; “Crítica social na poética de Elival Morais”, defendido por Raimundo Nogueira; “Literatura e memória: uma análise da narrativa memorialista na obra ‘O menino que laçava avião’, de Fausto Ventura, defendido por Nayla Araújo; e “Crítica ao presente com um olhar no passado: análise da obra ‘Os olhos de Manacapuru’, de vários autores, organizado por Cybelle Taveira Bentes e Janaína Maria Gonçalves, defendido por Johnatas Silva da Silva. A seguir, um súmula dos artigos referidos nesta matéria, orientados pela professora MSc. Raquel Salgado Marques.

AS MARCAS DA ORALIDADE NO CONTO “OLHOS DE PEDRA DE AMOLAR”, DA OBRA ENGENHOS DE DARLÉIA, DE ROSELY BARROS (resumo)

O presente artigo tem como objetivo analisar as marcas da oralidade no texto escrito, especificamente em uma narrativa literária, a qual permite aproximar o leitor desse universo maravilhoso que é o da leitura. Apesar de inserido no campo da Sociolinguística, elegeu-se uma narrativa literária (conto) como corpus da pesquisa para análise e coleta de dados. A pesquisa teve cunho bibliográfico de autores que tratam dessa temática, dentre eles se destacam: Fischer (2009); Higounet (2003); Bakhtin (2011); Marcuschi (2008); Botelho (2012); Bagno (2007), entre outros. Os resultados mostraram que há transposição da linguagem oral para a escrita na narrativa analisada e que, de maneira nenhuma, esse evento tornou o texto empobrecido, mas por se tratar de uma escrita literária, tornou-se rica em linguagem regional, coloquial e simples, causando assim a quebra de paradigmas da escrita gramaticalizada, tida em outros tempos como padrão de escritos literários.

CRÍTICA SOCIAL NA POÉTICA DE ELIVAL MORAIS (resumo)

Este trabalho se propôs a investigar a existência de crítica social na poética de Elival Morais. Inserida no campo dos estudos literários, a pesquisa, qualitativa em razão da natureza do corpus inquirido, adotou a abordagem dialético-reflexiva e, como procedimento, a investigação bibliográfica de autores como Bosi (2017), Candido (2000), D’Onofrio (1968), Moisés (2002), Perez (2009), que serviram de referencial teórico. Assim, após breve incursão na história da arte como crítica social - inclusa a literatura e notadamente a poesia -, procurou-se apresentar o eu biográfico e o eu lírico, além de um panorama de Marginália, única obra publicada de Elival Morais. No estudo da poética com crítica social, evidenciou-se uma riqueza discursiva extraída de temas e motivos diversos, cujo acervo vai do pessoal ao social, do simples ao complexo, do cotidiano ao histórico, do local ao universal. Embora o autor tenha se utilizados de vários recursos linguísticos como expediente de crítica, priorizou-se a identificação e evidenciação das figuras de linguagem, como a ironia, o neologismo, o paradoxo e a metáfora. Este trabalho, portanto, representa um texto fundador de futuros estudos da obra poética do autor manacapuruense e um estímulo ao público em geral no sentido de valorização da literatura local.

LITERATURA E MEMÓRIA: UMA ANALISE DA NARRATIVA MEMORIALISTA DA OBRA “O MENINO QUE LAÇAVA AVIÃO”, DE FAUSTO SEFFAIR VENTURA. (Resumo)

Este artigo, de cunho bibliográfico, propôs a análise da obra “O menino que laçava avião”, do autor Fausto Seffair Ventura, com a finalidade de demonstrar, por meio de uma abordagem qualitativa, os aspectos da narrativa memorialista presente na referente obra. Para se alcançar todos objetivos propostos, o referencial teórico foi elaborado a partir de artigos e teses já publicadas, que também abordam a literatura memorialista, preservando-se sempre a relação com a temática apresentada. Ressalta-se também a utilização de teóricos renomados em teoria literária, a citar: Antoine Compagnon, Jonathan Culler, Terry Eagleton, Antônio Cândido, dentre outros, que também participaram das discursões dialógicas estabelecidas nesse processo, que se deu por concluído a partir das respostas obtidas e dos resultados agora apresentados.

CRÍTICAS AO PRESENTE COM UM OLHAR PARA O PASSADO: ANÁLISE DA OBRA OS OLHOS DE MANACAPURU (resumo)

O presente artigo tem como objetivo analisar a(as) memória(as) e a denúncia social existentes na obra Os Olhos de Manacapuru, de Cybelle Taveira Bentes e Janaína Maria Gonçalves (Orgs.), caracterizando, para tanto, o gênero crônica e os recursos linguísticos utilizados na obra, mostrando como o olhar para o passado (memórias) respalda a crítica ao presente, e evidenciando as denúncias sociais reveladas no decorrer das narrativas. Fundamentando-se nos pressupostos teóricos de Filho (2007), Coutinho (1955), Candau (2006) e Maquêa (2010), a análise se desenvolveu por meio do diálogo entre esses autores e o conteúdo encontrado na obra. Assim, foi possível perceber que os escritores da obra em apreço construíram uma literatura capaz de satisfazer uma de suas atribuições fundamentais: ser uma ferramenta de denúncia e crítica social.

quarta-feira, 17 de abril de 2019

ESCONDER O NÃO

Um menino segurava um brinquedo enquanto conversava com seus pais. Após um breve intervalo, vejo a mãe com o brinquedo na mão e um sorriso meio desconsertado:

- Posso esconder isso aqui (debaixo de uma almofada)? Não que quero meu filho veja.O menino estava no banheiro. Eu disse que poderia. Na hora pensei: será que ela está fazendo isso só para não ter que dizer não ao filho?

sábado, 6 de abril de 2019

ALGUNS FILHOS SÃO CRUÉIS



Depois de uma negociação empolgada, eu disse que iríamos só fazer os acertos da entrega e montagem. O casal de senhores estava com um belo sorriso estampado no rosto. De repente a surpresa:

- Senhor, há um débito no seu nome aqui – eu disse. Automaticamente o semblante dele mudou.

- Não é possível, isso não é meu. Não compro nada faz tempo – disse com a mão na cabeça.

Expliquei detalhes (data, produto, forma de pagamento) da dívida, quando de repente ele lembrou. Ao mesmo tempo a esposa se mostrou também lembrar do que se tratava. E eu também, por já ter presenciado a cena por diversas vezes, já sabia.

Houve um silêncio. Quando me virei para ele seus olhos estavam cheios de lágrimas, e eu imediatamente fixei o olhar a tela do computador. Ele suspirou fundo e as lágrimas, poucas é verdade, começaram a rolar. A esposa, também com os olhos marejados, disse:
- Dela a gente pode esperar qualquer coisa.

Ele só me agradeceu e disse que iria resolver quando pudesse. Eu sorri e disse que tudo ficaria bem. Após perdê-los de vista, pensei: o choro dele não foi pelo valor, e sim pela decepção de ser enganado pela própria filha.


PREGAR OU NÃO PREGAR? EIS A QUESTÃO

Não é de hoje que há por parte de muitos um desejo ferrenho de se obter o “silêncio” da Igreja de Cristo. Muito já se fez (e se faz) para...