domingo, 15 de outubro de 2017

BREVE COMENTÁRIO SOBRE O LIVRO "MORRI PARA VIVER", DE ANDRESSA URACH


O que me atraiu para essa leitura não foi o fato da Andressa Urach ser famosa e conhecida em todo país, e sim porque eu preciso muito ler algo que retrate a vida na sua forma nua e crua. Já estou quase para terminar a leitura e digo com sinceridade que ela tem me sensibilizado. A autora abre as portas do seu coração e faz revelações incríveis. Mostra até que ponto o ser humano pode chegar para conseguir fama e dinheiro. Mostra o que há de fato nos bastidores da fama: drogas, prostituição, etc., e como consequência, depressão, angústia e dor.
Graças a Deus, tudo é contado pela autora como um testemunho, pois segundo suas próprias palavras, hoje ela é uma nova pessoa, e aquela velha Andressa, de um passado tão obscuro, já não existe mais. E eu creio nisso, porque sei que Jesus é o único que pode nos dar uma nova vida, transformando nosso caráter e mudando nossa história.
2 Coríntios 5.17: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!
Trechos do livro:
“Dia após dia, avanço em meu novo estágio de vida carregando marcas cruciantes no meu corpo após a internação que quase me levou à morte.”
“As dores contorciam meu corpo. Eu me apertava com força na esperança de sufocar tanto sofrimento.”
“Meu quadro se tornava cada vez mais complicado. Eu entrei em coma.”
“A minha alma não estava presa ao corpo. Eu estava na fronteira da morte. A sensação era nítida: estava partindo para o outro lado, era o fim da vida para mim.”
“Era uma luz acolhedora. Era a paz absoluta. A experiência é impossível de ser reproduzida com fidelidade em palavras. Era Deus. Eu sei que era Deus. Eu vi Sua luz.”
“Eu nunca pensei duas vezes sobre entrar na faca. Quando as pessoas me avisavam sobre os perigos das cirurgias, eu só pensava que resolveria o problema se ele aparecesse.”
“Meu histórico com as plásticas é longo. Fiz loucuras de que me arrependo. Mergulhei fundo nesse universo de transformações irracionais do corpo.”
“O vício desenfreado pelas plásticas me custou um preço alto. E eu o estava pagando internada, durante semanas, em coma na UTI.”
“Eu sempre ouvi falar das histórias de gente excluída recuperada pela ação da fé.”
“Mas confesso que lutei para isso acontecer. Achei que não havia solução para mim. Achei que Deus jamais me perdoaria por tantos erros cometidos, um atrás do outro, e de maneira inconsequente. Achei que eu mesma nunca me perdoaria pela vida que construí.”
“Um passo decisivo foi parar de sentir autopiedade. Assumi meus erros para mim mesma. A culpa de tudo não poderia ser unicamente dos meus abusos e traumas da infância. Quantas mulheres se reerguem desse labirinto e conseguem vencer na vida, se tornar pessoas de bem e com amor-próprio?”
“A palavra redenção ganhou um significado amplo para mim. Libertação, proteção, salvação, socorro.”
“Tenho certeza absoluta do perdão de Deus e vivo essa crença sincera unicamente pela convicção nas promessas da Bíblia e nunca, jamais, porque sou ou me reconheça merecedora disso.”

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

MENINO NA CHUVA


ANÁLISE DO MÓDULO 7 "Poema e sentido: namoro à vista" do livro Diálogo em Gêneros, de Eliana Santos Beltrão e Tereza Gordilho

Abaixo registro minhas respostas dadas a uma série de perguntas relacionadas à análise de um livro didático. Devido o tempo, não analisamos um livro inteiro, e sim somente um de seus módulos – no caso o 7 (Poema e sentido: namoro à vista). O livro tem por título Diálogo em Gêneros, e as autoras são Eliana Santos Beltrão e Tereza Gordilho. A prova tinha como pontuação máxima 8 e eu, para minha surpresa, consegui os 8 pontos.
Johnatas Silva*
Questão 1.
Os aspectos gráficos do livro didático “Diálogo e Gêneros”, de Eliana Santos Beltrão e Tereza Gordilho apresentam cores e tons diferenciados, imagens variadas, as quais podem ser encontradas do início ao fim do módulo 7, “Poema e sentido: namoro à vista”. No que se refere às seções, os conteúdos do módulo apresentam os objetivos que serão abordados: texto, conversando sobre o texto, , explorando o gênero (atividade),  a linguagem, gênero em diálogo, por dentro da língua, linguagem e sentidos. Essas seções estão destacadas por uma cor diferenciada e o texto do título está em negrito com letra maior etc.
A sequência de atividades propostas procura observar a linguagem utilizada nos poemas, trabalhando com os sentidos produzidos pela linguagem verbal dos poemas e requerendo que o estudante produza descrições dos textos apresentados, respondendo questões objetivas e subjetivas. As atividades solicitam que o aluno aponte as temáticas trabalhadas no texto, o que está em consonância com o Descritor 6 – Identificar o tema de um texto (SAEB, 2011, p.33). Essas atividades seguem o Guia do PNLD 2018: “A prática do ensino de leitura também denota suficiência satisfatória para desenvolver a competência leitora dos estudantes [...]”.
Acerca do uso do livro didático pelo professor em sala de aula, é importante destacar que ele (o livro) não é o único material que o professor usará para ministrar suas aulas. Ele é, na verdade, um valioso recurso para o acesso à informação, cultura e conhecimento. Ao professor cabe o uso correto e adequado desse material, visando como meta principal aulas carregadas de conteúdos que contribuam para uma aprendizagem significativa. Os livros didáticos, ao longo dos anos, vêm sofrendo inúmeras transformações, as quais em boa parte são para melhor. As editoras têm investido muito na incorporação de novas tecnologias, avanços metodológicos e recursos gráficos, afim de atender as diretrizes da educação no Brasil e propiciar qualidade de conteúdo para educadores e educandos. O livro didático é, sem sombra de dúvidas, um importante instrumento de apoio ao trabalho do professor.
Questão 2.
As atividades de leitura e interpretação de texto têm uma proposta centrada na leitura, em sua maioria, de textos de autores consagrados e textos atuais, principalmente em tirinhas, que fazem parte do cotidiano dos alunos, como por exemplo as tirinhas de Calvin e Haroldo. Essas atividades seguem o mesmo modelo: leitura de um texto e depois discussão, reflexão e análise deste. Nas atividades, as questões exigem que os alunos identifiquem o que há de explícito e implícito nas obras trabalhadas, por exemplo: apontar o tempo, discorrer sobre características do eu lírico, identificar sentimentos, transcrever partes do texto para análise e apontamento de algo que se pede etc. Essas atividades se alinham aos Descritores 1 e 4 do SAEB 2011: “Localizar informações explícitas em um texto” e “inferir uma informação implícita em um texto” (p. 22). A interpretação de texto faz o aluno pensar além porque o instiga em sua imaginação e o faz relacionar o que é abordado nos textos à sua vida real. Exemplo: na página 244 é solicitado que o aluno imagine muitas histórias, tendo por base uma cena vista anteriormente. Depois disso, ele deverá criar sua própria história, em poucas linhas, e dar um título a ela.
O aluno é levado a relacionar o texto lido com outros dos quais ele possui conhecimento, fazendo com que ele faça uso de seus conhecimentos de mundo existentes. Acerca disso, o Descritor 20 diz: “Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido” (SAEB, 2011, p.22).
Existe sim uma clareza acerca dos conceitos do gênero textual “poema”, mas não de forma direta. Eles são construídos e exemplificados através das atividades propostas e principalmente através de vários boxes que acompanham os textos. Nesses boxes existem vocabulários e questões conceituais, como por exemplo o significado do que é intertextualidade, verso e estrofe, rimas, variação histórica, figuras de linguagem, entre outros. Tudo isso implica na habilidade de o aluno reconhecer gêneros textuais diferenciados e sua função social: informar, convencer, advertir, instruir, explicar, comentar, divertir, solicitar, recomendar etc (Descritor 12, SAEB, 2011, p. 40).
Questão 3.
A seção “Por dentro da língua” trata do termo da oração adjunto adnominal. Os conceitos gramaticais acerca dele são apresentados, de forma bem direta, e também construídos à medida que os alunos respondem às atividades. A estratégia para a construção desses conceitos é fazê-lo voltar ao texto e identificar onde um termo sintático aparece na estrutura frasal do poema, por isso que os exercícios de análise linguística estão estritamente ligados ao texto. Há reflexão sobre os sentidos promovidos pelos conhecimentos linguísticos, como por exemplo na questão “d” da página 245, quando é pedido que o aluno descreva que palavras o eu lírico escreve para sua amada. As palavras são adjuntos adnominais, que auxiliam o aluno a fixar mais o conceito sobre o termo estudado e também refletir sobre o que se desperta ao ler textos construídos dessa maneira.
Para finalizar essa abordagem sobre as questões linguísticas, cito o Guia do PNLD 2018: “[...] no tocante ao eixo de Análise Linguística, analisaram-se a pertinência e a coerência da perspectiva adotada para o estudo da língua, observando as atividades e reflexões propostas no que diz respeito à natureza e ao funcionamento linguístico, à seleção e abordagem dos conteúdos em franco diálogo com os demais eixos do ensino e ao tratamento dado às convenções linguísticas” (p. 14).

*Aluno do 5º perído do curso de Letras (Mediado) Língua Portuguesa da UEA - Universidade do Estado do Amozonas.

domingo, 8 de outubro de 2017

O MELHOR COMENTÁRIO SOBRE A EXPOSIÇÃO DO MAM

Diante da enxurrada de opiniões sobre o caso do MAM (nudez e criança), reproduzo o texto de Luciano Trigo:

Carta aberta à dona Regina


Não sei como chegou até a senhora a notícia da performance no Museu de Arte de Moderna de São Paulo, na qual uma menina de 5 anos foi estimulada pela mãe a interagir fisicamente com um homem adulto nu – para deleite de uma plateia de adultos vestidos. Também não faço ideia de como a senhora foi parar na plateia de um programa televisivo cuja intenção não parecia ser expor diferentes pontos de vista sobre o episódio, mas sim reforçar um pensamento único e um julgamento sumário – o de desqualificar qualquer crítica à performance como “censura”.

O que eu sei é que a senhora entendeu algo que passou despercebido ao discurso hegemônico dos intelectuais e artistas que se manifestaram sobre o caso: o problema da performance não estava na nudez; o problema da performance não estava nas fronteiras da definição do que é arte; o problema da performance não estava no uso de recursos públicos. Com uma só palavra a senhora desmontou a fala daqueles que, de maneira sincera ou falsa, insistiam nesses pontos: a palavra foi “criança”.

Talvez a senhora não se dê conta da importância da sua manifestação. Com seu jeito simples, o que a senhora fez foi revelar o abismo crescente que se cava entre os brasileiros comuns e a classe que pretende falar em seu nome. Esses brasileiros não se chocam com a nudez nem estão interessados na arte das elites pensantes e falantes, até porque têm mais o que fazer. Mas, para esses brasileiros, a infância é uma fronteira que não pode ser ultrapassada. O que a senhora fez foi vocalizar o desconforto do Brasil real diante desse limite que foi desrespeitado.

A reação dos apresentadores foi reveladora desse abismo. Diante de uma idosa que poderia ser a mãe ou avó querida de qualquer espectador, as expressões e olhares foram de: perplexidade, ódio, desprezo, deboche. E a senhora respondeu com um olhar de bondade, sereno e doce. Ao “Não vou nem comentar” emitido com ar de desdém e superioridade moral, a senhora respondeu com a paciência de quem não se incomoda em explicar o óbvio: o choque não vinha da nudez do adulto, vinha da exposição da criança. E o fato de a menina estar acompanhada da mãe não era um atenuante da situação: era um agravante.

Diferentemente dos intelectuais do Facebook, a senhora sabe que o que aconteceu no MAM não tem nada a ver com o Davi de Michelangelo; que o que aconteceu no MAM não tem nada a ver com o que acontece em praias de nudismo, onde aliás as regras são bastante rígidas; que o que aconteceu no MAM não tem nada a ver com os hábitos e costumes da Dinamarca; que o que aconteceu no MAM não tem nada a ver com uma criança tomar banho nua com os pais – adultos cujo vínculo afetivo e convivência cotidiana fazem do contato físico e da intimidade uma experiência positiva e saudável para o seu desenvolvimento emocional e psicológico – como aliás afirma uma nota na Associação Médica Brasileira que critica duramente a performance, por suas “repercussões imprevisíveis” diante da vulnerabilidade emocional da criança.

Não sei se esses intelectuais das redes sociais não entendem ou se fingem que não entendem nada disso. O mais irônico, Dona Regina, é que eles parecem não se dar conta da campanha involuntária que estão fazendo, ao jogarem no colo da direita a bandeira da defesa da infância – como já jogaram, aliás, a bandeira do combate à corrupção. Com progressistas agindo dessa maneira, os conservadores agradecem. Parabéns, Dona Regina. Para quem assistiu foi muito legal.


Luciano Trigo
08/10/2017

PREGAR OU NÃO PREGAR? EIS A QUESTÃO

Não é de hoje que há por parte de muitos um desejo ferrenho de se obter o “silêncio” da Igreja de Cristo. Muito já se fez (e se faz) para...