O PROFESSOR COMO ORIENTADOR DA APRENDIZAGEM
Johnatas Silva
Raimundo Nogueira
Rosinete Araújo
RESUMO: O presente artigo discute a
organização do estudo como condição fundamental para o bom desempenho da
aprendizagem, destaca a importância do professor no processo de organização,
sem, contudo, relegar o aluno a uma atitude meramente passiva e ressalta ainda,
a deficiência dos cursos de formação dos profissionais do magistério e, via de
consequência, aponta para a necessidade de uma formação adequada daqueles
profissionais.
Palavras-chave: organização do estudo.
Aprendizagem. Papel do professor.
Considerando que a aprendizagem é o resultado
do estudo, dessume-se que a organização deste é essencial para o sucesso
daquela. No âmbito escolar, a relação entre organização do estudo e
aprendizagem se mostra ainda mais importante, exigindo-se comprometimento tanto
de aluno quanto de professor.
O professor, como sujeito dirigente do
processo de ensino-aprendizagem, é de certa forma, o responsável pela iniciativa
da organização do estudo, sem, contudo, atribuir ao aluno uma atitude meramente
passiva.
Nesse sentido, Bagno (2002), dissertando
sobre pesquisa na escola, narra uma experiência vivenciada pela própria filha,
que mostra quão necessário é o papel do professor como orientador da
aprendizagem de seus alunos:
Quando pergunto a Júlia e aos colegas
qual foi realmente o “comando” da professora, eles me mostram o caderno onde
está anotado, laconicamente: “Trabalho de Pesquisa. Tema: X. Entregar dia X”. E
nada mais. É ou não é pra gente se indignar? Se o professor abrir mão de seu
papel fundamental de orientador da aprendizagem de seus alunos, estará se
responsabilizando pelo que vier a acontecer com eles... (Bagno, 2002, p. 14)
O referido pesquisador, analisando a causa
desse despreparo, afirma que “os cursos de formação de professores, em geral,
deixam de lado esse componente importantíssimo e se concentram nas metodologias
que facilitem a tal ‘transmissão de conteúdo’”, (BAGNO, 2002, p. 15), de modo
que os professores não têm, por essa perspectiva, uma visão plena de sua função
principal, que é a de orientador.
A organização do estudo e da aprendizagem não
pode nem deve consistir apenas no agrupamento de conteúdos, ainda que
sistematicamente dispostos, com sequência gradual e lógica, mas deve se
revestir de significado para o aluno, já que a base da aprendizagem, sem
prejuízo de outros elementos relevantes, reside na pertinência do objeto
cognoscível em relação ao sujeito cognoscente.
Na perspectiva psicológica, a pesquisadora Campos
(1987) afirma que quanto mais riqueza de significado tiver o material a ser estudado,
mais rápida será a aprendizagem e melhor a retenção dos conteúdos, porquanto
existe entre significação de material e grau de aprendizagem uma estreita
correlação, que deve servir de referência para o planejamento de métodos,
técnicas e forma de apresentação do conteúdo.
Assim, efetivada a partir de conteúdos,
materiais significativos e com orientação do educador, a aprendizagem se
consolida como um acrescentamento altamente relevante ao conhecimento ou saber
prévio, de maneira que, ao final do processo educativo, o educando alcançará um
nível equivalente aos quatro pilares da educação estabelecidos pela UNESCO, a
saber: aprender a aprender, aprender a conviver, aprender a fazer e aprender a
ser.
REDERÊNCIAS
BAGNO, Marcos.
Pesquisa na Escola, 9ª Ed., São Paulo, Loyola, 2002.
CAMPOS,
Dinah Martins de Souza. Psicologia da Aprendizagem, 32ª Ed., Petrópolis, Vozes,
1987.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário. Deus abençoe você!