Não
são muitas as minhas recordações de leitura quando criança. Isso porque até
meus sete anos de idade fui criado em localidades onde não havia escolas. No
entanto, mesmo sem ter acesso ao mundo das estórias escritas no papel, eu fui
apresentado, desde bem pequeno, às estórias que minha avó-mãe contava de forma
oral. Ah, aquelas estórias eram tão boas de se ouvir! Lembro-me de que sempre
antes de dormir, meus primos e eu, pedíamos pra ela nos contar uma de suas
belas estórias. A nossa favorita e quase sempre escolhida era “A Moça da Terra
Vermelha”.
Lembro-me
das vezes que ia visitar os parentes no interior e sempre ouvia boas estórias
dos meus avós, tios, primos etc. Muitos “causos” eram contados – às vezes me
davam medo. Os assuntos eram os mais variados, mas se falava principalmente dos
acontecimentos da vida no meio do interior, do meio da mata. Coisas bem
regionais.
O
tempo passou, eu cresci, e essas estórias ficaram só nas lembranças. Quando
entrei na escola, com nove anos, tive aversão à leitura. Meu Deus! Todas as vezes
que o professor me chamava à frente para ler, era uma tortura. Eu era péssimo.
Lia por obrigação – e muito mal por sinal.
Mas
esse não foi meu fim. Quando estava no ensino médio, em 2007, aconteceu algo na
minha vida que mudaria radicalmente minha relação com os livros: me tornei
cristão. E como um “bom” novo cristão, comecei ler a Bíblia. Dia após dia,
viajando pelas parábolas de Jesus e pelas empolgantes narrativas de Paulo, eu
me apaixonava mais pela leitura.
Parábolas
como a do “Jovem Rico”, a qual me ensinou que na vida do cristão as coisas
celestiais são mais importantes que as terrenas, e que deve-se lidar de maneira
sábia com aquisição de bens materiais. E nas aventura de Paulo, percebendo todo
seu percurso de vida, após sua conversão, aprendi que as adversidades e
turbulências são parte da trajetória cristão, por isso não devemos desanimar
frente à elas.
Meus
novos amigos cristão passaram então a me recomendar a leitura de outras literaturas,
mas todas com conteúdo referentes a minha nova fé. Isso me ajudou ainda mais e
me tornei assíduo leitor de famosos escritores do segmento. Nesse período, o
livro que me marcou profundamente foi “Bom Dia Espírito Santo!” de Benny Hinn.
Foi uma leitura envolvente (li o livro três vezes) que tratava da própria
experiência de Hinn, o que me impulsionou a viver aquilo que ele experimentara:
um contato real e pessoal com Espírito Santo. Como também não mencionar “Uma
Vida com Propósitos” de Rick Warren. Sem dúvida um dos melhores que já li até
hoje. Com ele aprendi a valorizar as coisas que realmente importam para Deus; e
aquilo que Ele planejou para minha vida. Li o livro em quarenta dias, pois o
desafio era ler um capítulo por dia. Foi uma experiência única.
Nessa
época também que conheci os blogs de internet. Eu passava horas na frente do
computador lendo articulistas de renome e me deleitando em temas interessantes
da Bíblia Sagrada. Os meus favoritos eram o Blog do Ciro e o do Júlio Severo.
Os dois traziam (e trazem até hoje) temas polêmicos, tanto do meio cristão
quanto fora dele. Comecei daí a ter uma postura um pouco mais crítica acerca de
muitas coisas. Aqueles períodos de leitura foram de grande valia pra mim.
Também lia – e ainda leio – blogs de outras temáticas: esportes, política,
cultura, saúde, tecnologia etc.
De
fato, é sempre edificante trazer esses fatos à memória, pois sempre me dão
inspiração para continuar lendo o mundo ao meu redor, fazendo-me acreditar
piamente que a leitura realmente tem o poder de transformar vidas.
(Johnatas Silva, aluno do Curso de Letras da Universidade
do Estado do Amazonas)
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